sábado, 21/06/2025
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Movimento feminista divulga apoio à influenciadora que acusou deputado Lucas Bove de violência doméstica

Cíntia Chagas agradeceu à manifestação da Coalização Nacional de Mulheres

A Coalizão Nacional de Mulheres divulgou uma carta aberta em apoio à influenciadora Cíntia Chagas, ex-mulher do deputado estadual bolsonarista, Lucas Bove (PL-SP). Cíntia registrou um boletim de ocorrência em que acusa o então marido de violência doméstica e pediu medida protetiva.

Na carta, o movimento feminista, que já foi criticado pela influenciadora, afirma: “nós acolhemos a sua dor e louvamos a sua força em conseguir sair desse relacionamento violento. […] Ser feminista é assumir uma posição inarredável em defesa dos direitos das mulheres. Não importa se, ideologicamente, não possuímos o mesmo entendimento, NENHUMA mulher deve sofrer violência. Essa é a nossa luta e lutamos mesmo por quem não compreende por que estamos lutando”.

Cíntia agradeceu publicamente a carta do movimento feminista: “A atitude da coalizão feminista foi bela, nobre e admirável. Em vez de me execrarem publicamente, deram-me apoio. Confesso que estou surpresa e emocionada… Senti-me abraçada. Muito, muito, muito obrigada”, escreveu.

A bancada estadual do PSOL pediu a cassação do mandato de Lucas Bove na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo.

A denúncia contra Lucas Bove

A acusação de violência doméstica veio à tona com uma publicação no blog de Leo Dias. Segundo a publicação, o B.O. foi registrado em setembro, três meses após o casamento. À polícia, Cíntia relatou episódios de violência psicológica e física e que o bolsonarista é “possessivo, ciumento e controlador”. A influenciadora acusa o deputado de jogar uma faca contra ela, ferindo-a na perna. Ele também teria feito ameaças e agressões verbais dizendo que ela queria “se encontrar com homens ricos” ao se matricular em uma academia.

O deputado se pronunciou nesta quinta-feira (10), em um vídeo publicado no Instagram. Alegou que está proibido de dar declarações sobre o caso, inclusive de citar nomes. E declarou ter certeza de que “no momento certo a verdade será restabelecida”.

Leia abaixo a carta da Coalizão Nacional das Mulheres

Cíntia, conhecemos bem o fenômeno da violência contra a mulher e o quão devastador ele é em relação à carreira e à vida pessoal das mulheres. Nós sabemos o que você está atravessando e temos a noção exata de como, em geral, é solitário estar nesse lugar: o da vítima.

Ao invés de receber apoio de uma grande parte das pessoas, que até então estavam ao seu lado, você está recebendo críticas e julgamentos.

Nós acolhemos a sua dor e louvamos a sua força em conseguir sair desse relacionamento violento.

Quando afirmamos que as mulheres não devem ser submissas aos homens, estávamos nos referindo a isso: não se submeter à injustiça, à indignidade, ao desrespeito.

Nenhuma mulher deve enfrentar essa dor em silêncio. Nenhuma mulher deve acreditar que precisa suportar um tratamento desumano e degradante.

Nós respeitamos os homens e eles devem-nos igual respeito. Feminismo é a luta por essa igualdade, uma igualdade de direitos e obrigações. No âmbito das relações afetivas, igualdade em relação aos votos de responsabilidade e respeito mútuo. Não é sobre carregar sacos de cimento, nunca foi sobre isso. Igualdade produz liberdade. É isso que o feminismo visa a conquistar para as mulheres.

Os homens, não todos, obviamente, protegem-se entre si, por isso alguns se sentem tão fortes e confortáveis para ameaçar, constranger e atacar mulheres. Eis a urgência em unirmos forças e apoiarmo-nos.

Ser feminista é assumir uma posição inarredável em defesa dos direitos das mulheres. Não importa se, ideologicamente, não possuímos o mesmo entendimento, NENHUMA mulher deve sofrer violência. Essa é a nossa luta e lutamos mesmo por quem não compreende por que estamos lutando.

Receba o nosso gesto de sororidade, Cíntia. Esperamos que você se sinta acolhida e que o seu agressor saiba que não está sozinha.

Radar Democrático
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