Integrantes de partidos de esquerda protocolam representação contra Tarcísio por crime de responsabilidade - Foto: Adriana Ferezim
Integrantes de partidos de esquerda protocolam representação contra Tarcísio por crime de responsabilidade – Foto: Adriana Ferezim

As bancadas dos partidos de esquerda na Assembleia Legislativa de São Paulo protocolaram nesta quarta-feira (30) um pedido de impeachment do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O que motivou a representação foi a declaração feita pelo governador no dia da votação em segundo turno, de que uma facção criminosa havia orientado voto ao então candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL).

A representação é assinada pelos líderes das federações PT/PCdoB/PV, Paulo Fiorilo, e PSOL/REDE, Carlos Giannazi. Os parlamentares sustentam que o governador usou o cargo público que detém para interferir no processo eleitoral.  Para os deputados, Tarcísio cometeu crime de responsabilidade e deve ser investigado pela Assembleia Legislativa.

“Entendemos que há, primeiro, uma irresponsabilidade do governador pelo que fez no dia da eleição. Segundo, porque se tinha informações deveria ter repassado, não o fez. Nós entendemos que há crime de responsabilidade”, disse Fiorilo ao protocolar a representação.

Já Giannazi, disse que “o governador usou o cargo dele para fazer campanha na hora, no dia da votação. Isso é inaceitável”. O deputado Luiz Claudio Marcolino, vice-líder da bancada PT/PCdoB/PV, foi além e lembrou que Tarcísio resolveu fazer campanha aberta no estado: “durante todo período eleitoral ele usou da máquina pública, fazendo campanhas dentro do horário de expediente em muitas cidades do estado de São Paulo. Inclusive houve a liberação de recursos para favorecer as prefeituras que tinham candidatos aliados”, disse.

As possíveis ilegalidades cometidas por Tarcísio

  • O governador deveria ter comunicado a suspeita à Justiça Eleitoral, o que não foi feito;
  • desviou informações públicas para obter benefícios privados (ajudar o seu candidato Ricardo Nunes – MDB);
  • impediu o livre exercício do voto ao tentar interferir no resultado eleitoral no dia da eleição;
  • divulgou, sem justa causa, informações sigiliosas ou reservadas;
  • prestou informação falsa;
  • antecipou resultados de apurações não concluídas.

Convocação de Tarcísio

O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) protocolou também dois requerimentos sobre as declarações eleitoreiras de Tarcísio. Um dos documentos pede a convocação de Tarcísio e do secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcello Streifinger para que eles compareçam à Alesp para prestar esclarecimentos aos deputados.

O outro documento solicita informações oficiais ao governo sobre o caso “Nós protocolamos um requerimento de informação obrigando o governo a manifestar, apresentar as provas sobre as acusações, sobre os tais bilhetes do crime organizado. Isso precisa ser apurado, precisa ser comprovado, disse ao site Brasil de Fato.

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