Marco Aurélio Acosta, uma das 760 vítimas da PM Paulista em 2024 - Foto: reprodução Facebook
Marco Aurélio Acosta, uma das 760 vítimas da PM Paulista em 2024 – Foto: reprodução Facebook

A Polícia Militar de São Paulo matou em média duas pessoas por dia em 2024, segundo dados de relatório do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (GAESP) do Ministério Público de São Paulo (MPSP). É o segundo ano consecutivo de alta e o estado voltou ao patamar de 2020, quando 796 pessoas foram mortas pela PM paulista. No ano passado, foram 760 mortes.

A letalidade policial vinha caindo desde 2017 (847 mortes) até 2022 (396 mortes). Mas sob o comando do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, os números voltaram a subir. Em 2023, as mortes chegaram a 460.

O aumento em 2024 em compração com 2023 foi de 65%. Já em comparação com 2022, o aumento foi de 92%.

Nos 12 primeiros dias deste ano, a Polícia Militar de São Paulo matou 13 pessoas, segundo o mesmo levantamento.

Somente nas operações Escudo e Verão na Baixada Santista, entre o fim de 2023 e início de 2024 foram mortas 84 pessoas pela polícia paulista.

Carta de uma mãe

Um dos casos de violência policial que repercutiram em 2024 foi o do assassinato do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos. Ele levou um tiro do PM Guilherme Augusto Macedo, dentro de um hotel na Vila Mariana, em São Paulo. Marco Aurélio estava desarmado e visivelmente perturbado no momento em que foi baleado.

Sua mãe, a médica Silvia Mónica Cárdenas Prado, escreveu um carta a Tarcísio dizendo que Derrite o está levando a uma “vergonha nacional e mundial”. “Até hoje, 53 dias depois do assassinato mais vil e covarde, você ainda continua a defender o indefensável que é manter no cargo o Secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite e o Comandante da PM Coronel Cássio Araújo de Freitas”, escreveu.

Em coletiva à imprensa, Tarcísio respondeu que não pretende demitir Derrite. “Não pretendo fazer mudanças por ora. É claro que a gente se sensibiliza com a dor dessa mãe, com a dor do pai. Eu entendo as manifestações que eles têm emitido. São perfeitamente compreensíveis”, disse o governador na segunda-feira (13).

Também nesta segunda-feira a justiça de São Paulo negou o pedido de prisão preventiva do autor do disparo que matou o estudante.

Casos recentes de violência policial

A letalidade policial virou notícia no final do ano, com vários casos, como o de um PM que matou com oito tiros pelas costas um homem que furtou frascos de sabão. Em Santos, a PM matou um menino de quatro anos durante uma operação policial que também vitimou um adolescente.

Um caso que não terminou em morte por muito pouco foi o do homem jogado por um PM do alto de uma ponte em São Paulo. O homem ficou ferido e foi socorrido por populares.

Com informações do Brasil de Fato.

 

 

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