Congresso do PSB com Márcio França e Geraldo Alckmin (ao centro) - Foto: PSB/Divulgação
Congresso do PSB com Márcio França e Geraldo Alckmin (ao centro) – Foto: PSB/Divulgação

Como noticiado ontem, 26 de abril, aqui no Radar Democrático e outros meios de comunicação, Márcio França foi anunciado no encontro estadual do PSB de São Paulo pré-candidato ao governo de São Paulo em 2026. França é, atualmente, Ministro de Micro e Pequenas Empresas no governo Lula.

No anúncio, França estava ao lado de Geraldo Alckmin, também do PSB paulista, atual vice-presidente da República, e um dos principais articuladores políticos do governo Lula.

Em disputas eleitorais é comum, no interior dos partidos, que se decida pela candidatura daquele que tem maior chances de vencer os adversários, pretensos concorrentes. E é, inclusive, para isso que servem as pesquisas eleitorais, que começam a ser feitas com muita antecedência do pleito.

Pois bem, como mostrou pesquisa Datafolha divulgada no dia 10 de abril, numa disputa pelo governo de São Paulo para 2026, no cenário com França como candidato pelo PSB:

Tarcísio de Freitas (Republicanos): 47%;
Pablo Marçal (PRTB): 16%;
Márcio França (PSB): 11%
Alexandre Padilha (PT): 6%;
Ricardo Salles (Novo): 4%;
Em branco/nulo/nenhum: 14%;
Não sabem: 2%

Por sua vez, com Alckimin candidato pelo PSB:

Tarcísio de Freitas (Republicanos): 41%;
Geraldo Alckmin (PSB): 25%;
Pablo Marçal (PRTB): 15%;
Alexandre Padilha (PT): 6%;
Ricardo Salles (Novo): 4%;
Em branco/nulo/nenhum: 9%;
Não sabem: 1%

Ou seja, de acordo com a pesquisa, Alckmin teria muito mais chances que França de ganhar a disputa ao governo contra Tarcísio. O vice-presidente, além de ter mais do que o dobro de intenções de votos se comparado à França, também diminui o percentual de votos de Tarcísio.

De acordo com esses dados, além de ser os mais competitivo contra Tarcísio, Alckmin também estaria muito melhor na disputa pelo governo do estado do que o candidato do PT, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentado na pesquisa Datafolha. Padilha oscila entre 5% e 7% de intenções de voto, variando entre o 4º e 5º lugar conforme o cenário.

Com Jair Bolsonaro estando inelegível, Tarcísio de Freitas vem sendo destacado como o principal adversário de Lula na eleição presidencial do ano que vem.

Datafolha divulgada em 5 de abril mostra Lula com 48% e Tarcísio com 39% de intenções de votos em cenário de segundo turno. Dentre os possíveis concorrentes, Tarcísio é o que mais oferece ameaça à reeleição de Lula.

Porém, como vem sendo dito nos bastidores da politica, apesar de ainda ser o adversário mais combativo, Tarcísio vem apresentando queda nas intenções de votos para a disputa presidencial.

Reforça essa perspectiva, inclusive, a própria pesquisa Datafolha que, ao projetar um cenário sem Lula e com Fernando Haddad o substituindo na disputa eleitoral, Haddad venceria Tarcísio (Fernando Haddad – PT: 43%; Tarcísio de Freitas – Republicanos: 37%).

Cabe, desse modo, a indagação: Márcio França pré-candidato, uma gesto amistoso ou de acordo com Tarcísio de Freitas?

Vale, por fim, destacar que, nos bastidores, Gilberto Kasaab, do PSD, vem sendo atuando na articulação politica do governo Lula e Tarcísio simultaneamente.

Para quem acompanha a política institucional com bastante proximidade, sabe que ainda é muito cedo para dizer quem serão os, de fato, candidatos. Mas, como 2026 está logo ali, as disputas e articulações já começaram a dar seus sinais.

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* Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do Radar Democrático.

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