domingo, 8/06/2025
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Literatura

O amor de Vargas Llosa por golpistas

Nos últimos anos de vida, escritor peruano se aproximou dos governos autoritários de direita, os quais havia denunciado com sua literatura anterior
Mario Vargas LLosa em 2008 - Foto: Casa de America
Mario Vargas LLosa em 2008 – Foto: Casa de America

Morreu o escritor peruano Mário Vargas Llosa na madrugada da segunda-feira, 14 de abril. Prêmio Nobel de Literatura em 2010, escreveu obras premiadas, publicadas em mais de 30 idiomas Era colunista frequente do jornal espanhol El Pais, cujos artigos eram republicados em jornais de vários países, inclusive no Brasil. Esteve na onda literária latino-americana dos anos 1970 e 1980.

Morreu com 89 anos – a causa da morte não foi divulgada pelo filho Alvaro, que postou a notícia nas redes sociais da internet. Seu óbito é destaque na mesma imprensa com que colaborou. Começou sua carreira literária escrevendo cartas para colegas de quartel quando serviu no colégio militar alistado que foi pelo pai justamente porque não queria o filho como escritor.

Foi autor de Conversa no Catedral e Tia Júlia e o Escrevinhador. Para o Brasil, recriou a saga de Antonio Conselheiro, de Canudos, no livro Guerra do Fim do Mundo, um plágio ficcionado sobre a obra Os Sertões, de Euclides das Cunha.

Na juventude e em parte de sua vida adulta, foi engajado com a esquerda e produziu denúncias contundentes das ditaduras de direita na América Latina, como em Conversa no Catedral e A Festa do Bode.

Nos últimos anos, inclinou-se à direita e notabilizou-se por longos artigos defendendo o liberalismo econômico como base das liberdades individuais, ideias que funcionavam como biombo para defender golpes e governos de extrema-direita fascista, como no Peru, no Chile e na Bolívia, em aliança com o secretário geral da OEA (organização dos Estado Americanos), Luiz Almagro.

No Brasil, tornou- se o queridinho da extrema direita fascista e golpista ao declarar apoio a Jair Bolsonaro em 2022.

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