
O deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) revelou um cenário preocupante em São Paulo: 472 obras paralisadas em 290 municípios, com prejuízos que ultrapassam R$ 10 bilhões. O levantamento, feito a partir de dados do Tribunal de Contas do Estado, aponta ainda para 262 obras atrasadas, com um impacto negativo de quase R$ 12 bilhões.
Segundo o deputado Marcolino, em entrevista ao Radar Democrático, as obras paralisadas abrangem diversas áreas, incluindo saúde (39 hospitais e postos de saúde) e educação (116 escolas). Ele critica a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), alegando que muitas dessas obras já tinham projetos e licitações prontas, necessitando apenas da liberação de recursos. Marcolino questiona se a paralisação é resultado de má gestão ou de uma estratégia para concentrar investimentos em 2026, ano eleitoral. “Das duas, ou é má fé, ou é má gestão, ou está guardando recurso para usar só em 2026, que é o ano da eleição”, afirmou o deputado.
O deputado também mencionou um projeto de lei de sua autoria, o “anti-calote”, que visava garantir os direitos trabalhistas dos funcionários das empresas contratadas para as obras, mas que foi vetado pelo governador. Ele pretende derrubar o veto na Assembleia Legislativa. “Esse projeto, por que ele é importante? Ele é importante porque ele preserva o direito dos trabalhadores e das trabalhadoras, e ele preserva, inclusive, o próprio poder público estadual”, explicou Marcolino.
Na entrevista, Marcolino criticou ainda a política de privatizações do governo Tarcísio, citando exemplos como a Sabesp e a CPTM, e expressou preocupação com o aumento de pedágios no estado. Ele defendeu um papel mais ativo do Estado no desenvolvimento social e econômico, contrapondo-se ao modelo neoliberal de “Estado mínimo”.
O deputado também fez uma reflexão sobre o golpe militar de 1964, ressaltando a importância da democracia e dos direitos trabalhistas, e criticou a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.
O hospital do Mandaqui está passando por dificuldades no atendimento aos usuários e falta de infraestrutura aos trabalhadores