
Estudantes da Unicamp, liderados pelos alunos de Medicina, protestaram em frente à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo na quarta-feira (18) contra a possível privatização do Hospital Estadual de Sumaré (HES). A manifestação faz parte de uma greve iniciada no dia 9 de maio, com a adesão de 27 cursos da universidade, informou o Portal Porque.
A principal reivindicação dos manifestantes é a manutenção do convênio entre a Unicamp e o HES, um hospital de referência na região metropolitana de Campinas, premiado nacionalmente. O convênio, que permite à Unicamp gerir o hospital, está previsto para terminar em julho de 2025.
“Há 25 anos, a Unicamp conduz a gestão do Hospital Estadual de Sumaré, que atende mais de um milhão de pessoas e foi reconhecido em 2022 como o melhor hospital público do país”, afirmou Felipe, integrante do Centro Acadêmico Adolfo Lutz, da Medicina Unicamp.

A Secretaria Estadual de Saúde optou por não renovar o contrato com a universidade, apesar de manifestações públicas, um abaixo-assinado com mais de 3 mil assinaturas, audiências públicas em Campinas e Sumaré, e mobilizações anteriores da comunidade acadêmica. O governo estadual pretende abrir um processo de chamamento público para repassar a gestão a Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Estudantes e representantes de movimentos sociais demonstram preocupação com os potenciais riscos dessa transição. O modelo de gestão por OSS é alvo de críticas devido a decisões que impactam pacientes e profissionais, como cortes de gastos, redução de funcionários e terceirização de serviços.
A mobilização estudantil se estende além da Medicina. Outros cursos da Unicamp aderiram ao protesto, entendendo que o fim do convênio representa um prejuízo para o ensino, a pesquisa e a assistência em saúde pública.