
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália, país onde possui cidadania, informou o Ministério da Justiça. A prisão ocorre após a parlamentar ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um mandado de prisão falso contra o Ministro Alexandre de Moraes. Zambelli estava foragida da justiça brasileira desde o fim de maio, tendo deixado o país pela fronteira com a Argentina, passando pelos Estados Unidos antes de chegar à Itália.
Após a condenação, o Ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de passaportes, contas bancárias, salário e verbas de gabinete de Zambelli. Moraes também solicitou o bloqueio das redes sociais da deputada em território nacional, o que foi cumprido pelas plataformas, com exceção do X (antigo Twitter), que questionou a decisão.
O deputado italiano Angelo Bonelli publicou em rede social que foi ele quem informou o endereço da deputada brasileira à políci Italiana. “Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia, neste momento a polizia esta identificando Zambelli”, publicou no X.
Carla #Zambelli e’ in una casa a Roma. Ho comunicato alla polizia l’indirizzo ed in questo momento la polizia ha identificato Zambelli.
Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia, neste momento a polizia esta identificando Zambelli. pic.twitter.com/UWDg3j7Hen— Angelo Bonelli (@AngeloBonelli1) July 29, 2025
Zambelli se manifestou publicamente, chamando a ordem de prisão de “ilegal” e “autoritária”, argumentando que, como deputada federal, só poderia ser presa em flagrante por crime inafiançável. A administração da premiê italiana Giorgia Meloni afirmou que Zambelli desembarcou nos arredores de Roma no dia 5 de junho, vinda de Miami, mas que o alerta vermelho da Interpol só foi emitido horas depois.
Extradição autorizada pela Itália
O governo italiano autorizou a extradição de Zambelli para o Brasil, conforme noticiado pela TVTNews. A deputada foi incluída na lista de Difusão Vermelha da Interpol.
A extradição é possível devido ao acordo entre Brasil e Itália, que prevê a devolução de cidadãos solicitados pela Justiça caso a pena seja superior a nove meses. A cassação do mandato de Zambelli, confirmada inicialmente pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), será submetida ao plenário, que tem a palavra final sobre o assunto.