
O presidente Lula anunciou nesta sesxta-feira em São Paulo a nova linha de crédito imobiliário destinada à classe média, com renda superior a R$ 12 mil. O programa visa atender uma parcela da população que não se enquadra nos critérios do Minha Casa, Minha Vida. O anúncio foi feito durante o evento Incorpora 2025, na capital paulista, informou a Agência Brasil.
Lula expressou sua “inquietação” em relação à dificuldade de acesso à moradia para trabalhadores como metalúrgicos, bancários e professores, que não são considerados de baixa renda, mas também não têm condições de adquirir imóveis de maior valor. O presidente declarou: “Esse programa foi feito pensando nessa gente, pensando em dar àqueles que ainda não têm direito, o direito de ter a sua casinha um pouco melhor”.
O novo modelo de crédito imobiliário reestrutura o uso da poupança para ampliar a oferta de crédito. As novas regras incluem o aumento do valor máximo do imóvel de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, acesso ao financiamento para famílias com renda familiar entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, operações feitas pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) com juros limitados a 12% ao ano e a volta da Caixa a financiar 80% do valor do imóvel.
Após um período de transição, o total dos recursos depositados na caderneta de poupança será referência para uso no setor habitacional, com o fim dos depósitos compulsórios no Banco Central (BC). Lula defende uma alternativa de financiamento para a classe média desde o início de seu terceiro mandato. A previsão é que a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026.
Os financiamentos via SFH vinham perdendo espaço no mercado devido aos saques da caderneta de poupança, principal fonte de recursos para crédito habitacional no país. Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas da poupança foram de R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente, e em 2025, a caderneta já tem resgate líquido de R$ 78,5 bilhões.