
A bancada do PT e a deputada Paula Nunes, da Bancada Feminista do PSOL, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) querem a cassação do mandato do deputado estadual bolsonarista Lucas Bove (PL). Ele teve a prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público (MP) de São Paulo por por violações às medidas protetivas em favor de sua ex-esposa, Cíntia Chagas.
O MP denunciou Lucas Bove por descumprir medidas protetivas após episódios de perseguição contra Cíntia Chagas. Segundo o documento, as condutas do deputado desrespeitaram as medidas protetivas de forma objetiva e concreta. A promotoria destacou a necessidade de proteger a vítima para salvaguardar sua integridade psicológica, alegando que as medidas alternativas à prisão não foram suficientes.
A bancada do PT na Alesp considera os fatos gravíssimos e argumenta que o pedido de prisão cautelar e a denúncia do Ministério Público trazem elementos novos que exigem o imediato desarquivamento e a continuidade do processo disciplinar contra Lucas Bove no Conselho de Ética da Alesp. A assessoria da Bancada informou que o pedido será protocolado.
Já Paula Nunes da Bancada Feminista (PSOL) protocolou um novo pedido de cassação e exigiu o afastamento imediato do deputado de suas atividades parlamentares. Ela criou um abaixo-assinado pela cassação do parlamentar.
Paula já havia pedido a cassação de Bove ao Conselho de Ética da Alesp, no entanto, o colegiado arquivou o pedido e na sequência foi o próprio deputado quem pediu a cassação de Paula.
A advogada de Cíntia Chagas, Gabriela Manssur, publicou uma nota reforçando que a denúncia representa um marco importante para as mulheres na busca por justiça e dignidade. Manssur, que é ex-promotora de Justiça, celebrou o papel do Ministério Público na defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência, afirmando que a lei se aplica a todos, independentemente do cargo.
A influenciadora Cíntia Chagas denunciou Lucas Bove em setembro de 2024 por violência ocorrida durante o relacionamento. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) instaurou um inquérito policial e uma medida protetiva foi solicitada para proteção de Cíntia. Nas redes sociais, ela mencionou que o divórcio foi necessário devido a uma situação grave e lamentável. Lucas Bove negou as acusações, afirmando que jamais agrediria uma mulher.

