domingo, 26/10/2025
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Unicamp faz história: maioria das pró-reitorias será liderada por mulheres

Pela primeira vez, 4 das 5 pró-reitorias da Unicamp serão lideradas por mulheres; um marco na luta por equidade de gênero na ciência e na gestão universitária

 

Nova composição da Reitoria da Unicamp - Foto: Antoninho Perri/Unicamp
Nova composição da Reitoria da Unicamp – Foto: Antoninho Perri/Unicamp

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deu um passo significativo rumo à equidade de gênero em sua administração superior. Na última terça-feira, dia 6, o Conselho Universitário (Consu) homologou os nomes indicados pelo reitor Paulo Cesar Montagner para compor a nova equipe de gestão 2025-2029. Nas indicações do reitor destacam-se as presenças femininas.

Quatro das cinco pró-reitorias da universidade serão dirigidas por professoras: Ana Maria Frattini Fileti, dirigirá a Pesquisa; Mônica Alonso Cotta, ficará à frente da Graduação; Cláudia Vianna Maurer Morelli, na Pós-Graduação; e Sylvia Helena Furegatti, em Extensão, Esporte e Cultura.

A Pró-reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU) permanecerá sob comando do professor Fernando Sarti.

A atual gestão da Unicamp sinaliza um esforço concreto para reverter um cenário historicamente desigual, no qual apenas 2% das posições de liderança em ciência e tecnologia na América Latina são ocupadas por mulheres. Essa realidade é agravada pelo chamado “efeito Matilda“, que denuncia a recorrente desvalorização das contribuições científicas feitas por mulheres, frequentemente atribuídas a colegas homens.

Ao promover maior representatividade feminina nas pró-reitorias, a atual gestão da Universidade contribui ativamente para transformar esse panorama e fortalecer a presença das mulheres nos espaços decisórios da ciência.

A nova gestão da Unicamp, ao promover a equidade de gênero em sua administração, não apenas reconhece a competência das mulheres, mas também estabelece um modelo a ser seguido por outras instituições acadêmicas. A inclusão feminina em posições de liderança é essencial para o avanço da ciência e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Com esse movimento, a Unicamp reafirma seu compromisso com a diversidade, a inclusão e a excelência acadêmica, demonstrando que a equidade de gênero é um pilar fundamental para o desenvolvimento institucional e científico.


* O Radar Democrático publica artigos de opinião de autores convidados para estimular o debate.

Rogério Bezerra
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Geógrafo, Mestre, Doutor e Pós-doutor em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp. Foi Diretor de Pesquisa Aplicada da Fundacentro. Coordenador do Movimento Pela Ciência e Tecnologia Pública. Atua especialmente em temas relacionados à análise e avaliação de políticas públicas.

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