
Em São Bernardo do Campo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um edital de R$ 108 milhões para apoiar cursinhos populares e pré-vestibulares comunitários em todo o país, conforme informações da Agência Brasil. O objetivo é ampliar o acesso de estudantes de baixa renda ao ensino superior, oferecendo melhores condições de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros processos seletivos.
Os recursos serão destinados a instituições que oferecem cursos gratuitos ou com mensalidades de até R$ 50, priorizando aquelas com atuação em regiões de vulnerabilidade social e com histórico de aprovação em universidades públicas. O edital prevê o financiamento de projetos que promovam a inclusão de grupos minoritários, como negros, indígenas e pessoas com deficiência.
Segundo o MEC, a iniciativa busca fortalecer a rede de cursinhos populares, que desempenham um papel fundamental na democratização do acesso à educação superior.
“É preciso garantir que todos os jovens, independentemente de sua condição social, tenham a oportunidade de realizar seus sonhos e construir um futuro melhor”, afirmou o Ministro da Educação, Camilo Santana.
O edital também prevê a realização de atividades complementares, como oficinas, palestras e simulados, para auxiliar os estudantes na preparação para os vestibulares. Além disso, as instituições selecionadas receberão apoio técnico e pedagógico do MEC, com o objetivo de aprimorar a qualidade dos cursos oferecidos.

Espera-se que o investimento impulsione o desempenho dos alunos de baixa renda no Enem e em outros processos seletivos, aumentando suas chances de ingressar em universidades públicas e privadas de todo o país. A iniciativa é parte de um conjunto de ações do governo federal para promover a igualdade de oportunidades na educação.
Universalização do “Pé de Meia”
Lula aproveitou o aulão com os jovens para dizer que quer universalizar o programa Pé-de-Meia, de forma a alcançar pelo menos 6 milhões de estudantes.

Segundo o presidente, a universalização do Pé-de-Meia – uma espécie de poupança dos estudantes do ensino médio adotada como forma de incentivar os alunos a continuarem os estudos – está na pauta de reuniões dele com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Educação, Camilo Santana.
“Aprovamos o Pé-de-Meia porque descobrimos, pelo IBGE, que 480 mil meninos e meninas do ensino médio estavam desistindo da escola para ajudar no orçamento familiar. E um governo que deixa isso acontecer por falta de incentivo financeiro não é um governo. É uma tranqueira”, discursou o presidente.
Atualmente o programa atende a cerca de 4 milhões de estudantes. “Temos 6 milhões de alunos no ensino médio [que deveriam ser alcançados pelo programa]. A gente vai ter que discutir com muito carinho, com o Haddad e com o Camilo, porque dentro da mesma sala de aula tem aluno que recebe e aluno que não recebe o Pé-de-Meia. E às vezes a diferença de salário é de centavos. Então precisamos aprovar a universalização do pé-de-meia, para que todas as pessoas possam ter o direito de estudar”, acrescentou.
Lula disse acreditar que uma iniciativa como essa vá ser alvo de críticas de grandes grupos financeiros, como a Faria Lima e os banqueiros.
“Faria Lima e banqueiros vão brigar e vão reclamar. Vão dizer que o governo está gastando com o pé-de-meia R$ 13 bilhões, dinheiro que poderiam estar com eles. Mas não estamos gastando. Estamos investindo na nossa população”, argumentou o presidente.