O que fazer quando o neofascismo ameaça deixar sem opção o eleitor que defende os valores democráticos e o respeito aos direitos humanos e sociais? Este dilema deve passar agora pela cabeça de muitos eleitores de Tabata Amaral (PSB), quarta colocada nas pesquisas e uma ameaça ao campo progressista, representado pela candidatura de Guilherme Boulos (PSOL).
Pesquisas recentes indicaram um crescimento de Tabata nos últimos dias, mas insuficiente para colocá-la no segundo turno. Seria preciso um tsunami para que acontecesse o improvável, segundo todas as pesquisas divulgadas até o momento.
Apesar de seu crescimento, Tabata não significou queda de Boulos. No pelotão da frente, tudo segue embolado entre ele, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB). Os números e a posição oscila pouco de uma pesquisa para outra. Porém Marçal segue colado na terceira posição, ameaçando Boulos e Nunes com um empate técnico persistente.
Marçal representa a violência enquanto prática política. Nunes é aliado desta violência. É comparsa do mesmo método. Marçal é ameaça direta a Nunes e pode tirá-lo do segundo turno se houver uma onda a seu favor nos últimos dias. Mas esta mesma onda, pode ter um outro efeito, tirar Boulos do segundo turno e deixar ao eleitor paulistano apenas duas opções: votar na extrema direita raiz ou na extrema direita nutela.
Estaríamos com perspectivas melhores se na tripla disputa pelo segundo turno tivéssemos Tabata, Boulos e um representante do neofascismo. Mas neste momento, a candidatura de Tabata, ao disputar os votos de Boulos, ajuda mais à barbárie que a civilização e a democracia.
* O Radar Democrático publica artigos de opinião de autores convidados para estimular o debate.