
Deputadas estaduais do PSOL denunciaram nas redes sociais uma ação de intimidação da Polícia Militar nesta quinta-feira (7) durante o cortejo, velório e enterro do garoto Ryan da Silva Andrade Santos, assassinado com um tiro durante uma operação policial no Morro São Bento, em Santos.
A denúncia foi feita pelas deputadas Paula da Bancada Feminista, Ediane Maria e Mônica Seixas. As imagens compartilhadas mostram policiais tentando impedir o cortejo de seguir para o velório e também de policiais militares discutindo com a deputada estadual Paula da Bancada Feminista e o ouvidor da Polícia Militar, Claudinho Silva.
“Foi um momento de demagogia, de deboche”, protestou a deputada Ediane. Ela conta que além de acompanharem o cortejo o tempo todo, um policial agrediu um homem com um tapa em frente ao velório. Neste momento, as parlamentares intervieram junto à polícia e iniciaram a discussão.
Já a deputada Mônica Seixas, destacou o papel de intimidação da PM durante o cortejo que levou o corpo da criança ao cemitério. “Nem ato fúnebre a Polícia Militar do estado de São Paulo respeita mais, disse a deputada Paula em vídeo em rede social.
O assassinato de Ryan
O garoto Ryan estava brincando na rua perto de sua casa quando aconteceu uma operação da Polícia Militar no Morro São Bento. A polícia perseguia um grupo de jovens. Um deles, Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17 anos, foi morto na ação. Um outro adolescente, de 15 anos, foi baleado e atendido na Santa Casa de Santos.
A deputada Paula reclamou da postura do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que na Assembleia Legislativa chamou de “vitimismo” as denúncias e protestos pela morte do Ryan durante a operação policial.
O pai de Ryan foi morto pela Polícia Militar durante a Operação Verão em fevereiro deste ano. Segundo a Polícia, Leonel Andrade Santos, de 36 anos, atirou contra policiais, mesmo usando muletas para andar. Ele foi uma das 56 vítimas fatais da operação policial na baixada Santista.