
O envolvimento de policiais integrantes da Polícia Civil e Militar de São Paulo com o crime organizado, suas dimensões, causas e consequências são o alvo de pedido de CPI apresentado pelo deputado Paulo Fiorilo, líder da bancada da Federação PT/PCdoB/PV na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
O objetivo da comissão investigativa é apurar quais as medidas promovidas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), para prevenir e combater a corrupção, desvios de função e o envolvimento de agentes de segurança com o organizações criminosas.
Nesta terça, dois policiais civis presos preventivamente foram alvo de uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Corregedoria da Polícia Civil. O portal Metrópoles informa que eles são suspeitos de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e usavam celulares para se comunicar com comparsas do lado de fora da prisão. Também hoje, relata a Carta Capital, as mesmas instituições fizeram uma operação contra o delegado delegado Alberto Pereira Matheus Junior, suspeito de ligação com o assassinato do delator do PCC Antônio Vinícius Gritzbach.
Para Fiorilo, a investigação e punição administrativa são apenas um aspecto da participação de agentes públicos com o crime organizado. “O Poder Legislativo deve se somar a um conjunto de soluções que invoquem a obrigação do Estado e de seus agentes prestarem contas e agirem dentro da lei”, afirma o parlamentar em trecho do requerimento.
O pedido de abertura de CPI segue no sistema interno da Alesp para angariar as 32 assinaturas necessárias para ser protocolado. Os partidos de oposição a Tarcísio somam 28 deputados, a proposta portanto precisa da assinatura de deputados governistas para avançar. De acordo com a assessoria de imprensa da liderança do PT, o pedido contava com 17 assinaturas na noite desta terça-feira (4).
“A segurança pública é um tema urgente, com desdobramentos diários. Acredito que os deputados de uma forma geral, inclusive os da base do governo, podem se sensibilizar com a necessidade de transparência sobre o que vem ocorrendo nas polícias”, acredita Fiorilo.