
O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição solicitando a investigação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por obstrução da justiça, abuso de autoridade, colaboração com organização criminosa transnacional e possível facilitação de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A petição, encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, menciona que Tarcísio teria telefonado para ministros do STF sugerindo que autorizassem Bolsonaro a viajar aos Estados Unidos para se encontrar com o ex-presidente Donald Trump.
Segundo a petição, o objetivo do encontro seria negociar a suspensão de sobretaxas de 50% a produtos brasileiros, anunciada por Trump. Lindbergh argumenta que “o simples contato institucional revela disposição de violar a legalidade, pressionar a Corte Suprema e fragilizar o processo penal em curso”.
Chantagem internacional
O deputado afirma que há uma tentativa coordenada de obstrução da Justiça, com dimensão internacional e participação de autoridades brasileiras. Ele alega que Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado, está no centro da chantagem internacional liderada por Trump, que exige anistia a Bolsonaro e ameaça o Brasil com sanções comerciais. “A pressão é uma afronta à soberania nacional e ao próprio Supremo Tribunal Federal”, denuncia Lindbergh.

Essa chantagem, segundo o deputado, passou a ser reiterada pelos filhos do ex-presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro, que afirmaram que novas sanções virão se o Congresso não aprovar a anistia aos golpistas. “Eles estão usando o povo brasileiro como escudo para proteger o pai da prisão”, afirma Lindbergh. “Agem como sequestradores que querem transformar a economia nacional em refém de uma causa antidemocrática.”
Tarcísio como peça-chave

A petição aponta Tarcísio de Freitas como peça-chave dessa “engrenagem ilegal”. Lindbergh alerta que o governador não apenas expressou a chantagem, como parece ter aceitado integrá-la, atuando para facilitar a evasão de Bolsonaro e sabotar a jurisdição penal do STF.
O documento também reforça o pedido de monitoramento eletrônico de Bolsonaro, protocolado na Procuradoria-Geral da República (PGR) em 5 de junho. “O que está em curso é uma tentativa de escapar da Justiça brasileira com apoio de agentes internos e internacionais. O Supremo não pode se calar diante dessa afronta institucional e soberana”, conclui Lindbergh Farias.