
As redes sociais estão a mil com a colocação de tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mantém-se em silêncio sobre seu padrinho há alguns dias. Mesmo após o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) de condenação e prisão de Jair Bolsonaro (PL) por 43 anos, Tarcísio preferiu ficar “pianinho”.
A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (18) mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e na sede do PL, resultando na determinação de medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, restrições de comunicação e proibição de contato com outros réus. A PF apreendeu ainda 14 mil dólares e um pen drive na residência do ex-presidente.
A postura do governador, que já defendeu Bolsonaro em episódios anteriores, como na disputa sobre a taxação de produtos brasileiros por Donald Trump, aumenta as dúvidas sobre seu futuro político e seu alinhamento com o bolsonarismo.
A atual omissão mostra que Tarcísio está em um momento muito difícil para se equilibrar na corda bamba da extrema-direita e não cair na lama que antes gostava de ficar. No episódio da taxação de Trump, depois de defender Bolsonaro, Tarcísio precisou fingir ser negociador em defesa dos interesses paulistas e entrou em rota de colisão com Eduardo Bolsonaro.
A cautela atual sugere uma tentativa de distanciamento das polêmicas envolvendo Bolsonaro, especialmente em um momento em que condenação e prisão se aproximam.
O futuro de Tarcísio sem Bolsonaro
O silêncio em relação a Bolsonaro traz à tona uma pergunta: o que será de Tarcísio sem Bolsonaro? A dependência política do governador em relação ao ex-presidente é notória, e sua trajetória política foi impulsionada pelo apoio do bolsonarismo.
O silêncio de Tarcísio pode ser estratégico, visando minimizar os danos à sua imagem e evitar associação com as acusações contra Bolsonaro. Mas pode ser também covardia. Se o silêncio continuar, Tarcísio conseguirá manter o apoio da fiel e radicalizada base bolsonarista? Ou, caso venha a se posicionar, a falsa imagem de moderado que tentar construir, vai ruir de vez?