
Após pressão, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai colecionando derrotas em seu projeto de privatização das rodovias estaduais. Em comunicado realizado em reunião com prefeitos no início de julho, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou que desistirá da instalação de pedágios em cidades do Circuito das Águas.
Em abril, o governador já havia comunicado a desistência da instalação de praças de pedágio na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), em Piracicaba. A decisão ocorre após meses de forte mobilização popular, críticas de prefeitos e resistência de parlamentares da região.
Na reunião com os prefeitos, o governador afirmou que não levará adiante o plano de instalar 37 pórticos de pedágio em sistema Free Flow — que cobra automaticamente pelos trechos percorridos. Só na cidade de Amparo, estavam previstos cinco desses pórticos, o que gerou ampla reação dos gestores locais.
A decisão representa um recuo significativo diante do plano de concessão de 385 km de rodovias, que incluía cidades como Piracicaba,rodod Santa Bárbara d’Oeste, Americana, e outras. O projeto vinha sendo amplamente contestado por lideranças políticas e movimentos sociais, preocupados com os impactos econômicos para a população.
Uma das vozes mais contundentes contra os pedágios foi a da vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, que liderou articulações parlamentares e acompanhou de perto os debates nas câmaras municipais da região. Para ela, o recuo do governador é resultado direto da mobilização social:
“O anúncio do recuo de Tarcísio quanto à instalação de 37 novos pórticos de pedágio em estradas da região é uma vitória da mobilização. A população se mobilizou contra os pedágios porque sabe do impacto sobre o custo de vida. Foi uma vitória importante e exemplar. Mas, precisamos seguir organizados para que essa promessa seja de fato cumprida e o projeto de privatização das rodovias seja definitivamente cancelado, em benefício também de outras cidades que já estão sofrendo com novos pedágios.”
As audiências públicas realizadas em São João da Boa Vista, Mococa, Piracicaba e na sede da Artesp em São Paulo reuniram centenas de pessoas contrárias à proposta. Câmaras como a de Americana chegaram a criar frentes parlamentares contra os pedágios, reforçando o coro que exigia a suspensão do projeto.
Apesar das falas do governador, a Secretaria de Parcerias e Investimentos do estado ainda não confirmou oficialmente que desistitu das implantação dos pedágios no Circuito das Águas e em Piracicaba.