
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo identificou dois suspeitos pelo assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em Praia Grande na segunda-feira (15). Segundo o ICL Noticias, o secretário Guilherme Derrite anunciou a identificação em suas redes sociais, afirmando que a prisão temporária dos suspeitos será solicitada.
Derrite também informou que um dos suspeitos já possui quatro passagens pela polícia, duas por tráfico de drogas e duas por roubo. Ele declarou: “Todos os que participaram desse atentado terrorista contra o doutor Ruy serão punidos severamente”.
Velório e Investigação
O velório de Ruy Ferraz Fontes ocorreu na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com a presença de familiares, policiais civis e autoridades do governo estadual. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou uma força-tarefa para prender os responsáveis, prometendo punição exemplar.
O chefe da Polícia Civil de SP, Artur Dian, destacou as táticas sofisticadas usadas no crime, sem descartar a participação do crime organizado. Fontes foi morto a tiros de fuzil após uma perseguição que começou quando ele tentava escapar dos criminosos, batendo o carro em dois ônibus. Seu veículo foi atingido por 29 disparos. Sua arma pessoal, uma pistola 9 mm, foi encontrada em uma bolsa.
Testemunhas e Veículos
A perseguição também deixou duas pessoas feridas, um homem e uma mulher, atingidos por disparos quando estavam na frente da casa de familiares. A investigação encontrou um Toyota Hilux, possivelmente usado pelos criminosos, queimado a cerca de dois quilômetros do local do crime, e um Jeep Renegade abandonado à mesma distância, com um carregador de fuzil, um de pistola e munição deflagrada. Vestígios de pólvora foram encontrados próximo à Secretaria da Educação de Praia Grande.
Ligação com o PCC?
O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo), revelou que o primeiro suspeito identificado passou pela ala de um presídio ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Embora essa ligação exista, Gakiya afirma não ser possível confirmar a participação do PCC no crime, ressaltando a possibilidade de envolvimento de outras organizações criminosas, talvez relacionadas a contratos públicos em Praia Grande.
Alertas Prévios
Gakiya mencionou ter alertado Ruy Ferraz várias vezes sobre ameaças de morte interceptadas no sistema penitenciário desde 2006, incluindo um plano específico em 2010 que foi desmantelado. Ele destacou a vulnerabilidade de ex-policiais, lembrando o assassinato de Ismael José Feitosa, diretor da extinta Casa de Detenção, em 2005, dois anos após sua aposentadoria, como um exemplo de vingança contra quem incomodava a facção criminosa.
Fontes, aposentado desde 2023, atuava como secretário da Prefeitura de Praia Grande e não tinha direito a escolta armada. Ele costumava usar um carro blindado, mas estava em um veículo comum no momento do ataque. Gakiya expressou preocupação similar sobre sua própria segurança após a aposentadoria.