
Depois de assumir a dianteira no campo de batalha da anistia, Tarcísio se recolheu na semana do julgamento. Agora começa a dar novos passos. Iria nesta segunda (15) a Brasília na tentativa de pressionar o presidente do Senado Davi Alcolumbre (UB) a pautar a anistia caso ela chegue à Casa. Mas mudou de ideia, cancelou a viagem e pediu autorização para visitar seu padrinho, o golpista condenado Jair Bolsonaro nesta terça (16).
O que pretende Tarcísio? Se submeter aos desejos do chefe do clã (e líder da orcrim) ou vai lá fazer um movimento simulado para lhe trair logo mais? Tarcísio quer os votos de Bolsonaro, mas seus filhos, em especial Eduardo Dudu não querem lhe dar esta herança tão facilmente.
Tarcísio já caiu no canto da sereia do centrão e do mercado financeiro. Ambos o querem como representante da direita na disputa com Lula em 2026. Tarcísio já tem os olhos apaixonados, no entanto, precisa da benção de Bolsonaro.
O líder da orcrim condenado a 27 anos de prisão está enfraquecido após o julgamento do golpe, mas ainda tem muita força junto a um eleitorado fiel e fanático. Sem ele, Tarcísio não vai a lugar nenhum. A depender da família Bolsonaro, também não. Por isso, Tarcísio passou a atuar para a anistia improvável do ex-presidente: para agradá-lo e ganhar sua confiança e seu apoio.
No filme O Poderoso Chefão, Vito Corleone diz ao filho Michael: aquele que propuser um acordo com as outras famílias, é o traidor.
Nesta terça Tarcísio vai a Bolsonaro e deve mais uma vez lhe prometer lealdade.
Mas também vai lhe propor um acordo?