
A aprovação da PEC da Bandidagem na Câmara dos Deputados nesta semana contou com o voto favorável de 40 dos 70 deputados federais de São Paulo, o que representa 57% de apoio à medida. O estado, que detém a maior bancada da Câmara, foi decisivo para a aprovação do texto. Ao todo, o país tem 513 deputados federais.
Os partidos da base bolsonarista — PL, Republicanos, PP e parte do União Brasil — concentraram a maior parcela dos votos favoráveis. Mas o apoio também contou com parlamentares de outras legendas, como MDB, PSD, Podemos, PSB e três deputados do PT, que votaram “sim”.
A PEC da Bandidagem traz dois graves problemas:
1. Perpetuação da impunidade e proteção de corruptos:
- A PEC foi articulada principalmente pelos partidos bolsonaristas e pela extrema-direita para criar barreiras estruturais à investigação e responsabilização de parlamentares.
- O objetivo não é apenas impedir punições pontuais, mas consolidar um sistema que favoreça a permanência de políticos corruptos e clientes do poder, enfraquecendo o controle social e institucional.
2. Risco de captura do Estado e enfraquecimento do interesse público:
- Ao dificultar investigações e processos judiciais, a PEC favorece o desvio de recursos públicos e a má gestão de políticas essenciais, como saúde, educação e segurança.
- Essa articulação demonstra como interesses privados e corporativos da direita extrema se sobrepõem ao bem-estar da população, em uma tentativa deliberada de reduzir a responsabilização e perpetuar privilégios políticos.
Embora não haja até o momento qualquer pronunciamento público do governador Tarcísio de Freitas à PEC da Blindagem, seu partido, o Republicanos, tem sido um dos principais apoiadores da proposta.
O presidente do Diretório Estadual do PT, deputado Kiko Celeguim foi um dos que votou a favor da PEC. Ele justificou o voto como parte de um acordo político: “é importante frisar que parte dos votos favoráveis do PT à PEC da Blindagem aconteceu como resultado de uma negociação política para barrar a aprovação de uma anistia ampla às pessoas envolvidas em atos golpistas, como os de 8 de janeiro.”
O deputado disse que o voto favorável era um sinal para o Centrão para que a anistia não avançasse. Mesmo assim, a urgência da anistia foi aprovada pela Câmara no dia seguinte. Kiko veio a público reconhecer que errou em seu voto.
A PEC da Bandidagem segue agora para o Senado, onde a esquerda espera que ela seja engavetada e não avance.
Veja como votaram os deputados paulistas:
Cidadania: 100% (2 de 2 votos)
- Alex Manente – Sim
- Arnaldo Jardim – Sim
Republicanos: 100% (5 de 5 votos)
- Celso Russomanno – Sim
- Ely Santos – Sim
- Marcos Pereira – Sim
- Maria Rosas – Sim
- Vinicius Carvalho – Sim
Podemos: 100% (3 de 3 votos)
- Bruno Ganem – Sim
- Renata Abreu – Sim
- Rodrigo Gambale – Sim
Solidariedade: 100% (1 de 1 voto)
- Paulinho da Força – Sim
PP: 75% (3 de 4 votos)
- Delegado Bruno Lima – Não
- Delegado Da Cunha – Sim
- Fausto Pinato – Sim
- Mauricio Neves – Sim
PL: 81% (13 de 16 votos)
- Adilson Barroso – Sim
- Antonio Carlos Rodrigues – Sim
- Capitão Augusto – Não votou
- Delegado Paulo Bilynskyj – Sim
- Eduardo Bolsonaro – Não votou
- Jefferson Campos – Sim
- Luiz Carlos Motta – Sim
- Luiz Philippe De Orleans E Bragança – Não votou
- Marcio Alvino – Sim
- Mario Frias – Sim
- Miguel Lombardi – Sim
- Missionário José Olimpio – Sim
- Paulo Freire Costa – Sim
- Pr. Marco Feliciano – Sim
- Rosana Valle – Sim
- Tiririca – Sim
MDB: 60% (3 de 5 votos)
- Baleia Rossi – Não
- Delegado Palumbo – Não
- Fábio Teruel – Sim
- João Cury – Sim
- Simone Marquetto – Sim
União: 50% (3 de 6 votos)
- David Soares – Sim
- Douglas Viegas – Não
- Felipe Becari – Sim
- Kim Kataguiri – Não
- Marangoni – Sim
- Rosangela Moro – Não
PSB: 50% (1 de 2 votos)
- Jonas Donizette – Sim
- Tabata Amaral – Não
PSD: 40% (2 de 5 votos)
- Carlos Sampaio – Não
- Cezinha De Madureira – Sim
- Gilberto Nascimento – Sim
- Ribamar Silva – Não
- Saulo Pedroso – Não
PT: 30% (3 de 10 votos)
- Alencar Santana – Não
- Alfredinho – Sim
- Arlindo Chinaglia – Não
- Carlos Zarattini – Não
- Jilmar Tatto – Sim
- Juliana Cardoso – Não
- Kiko Celeguim – Sim
- Nilto Tatto – Não
- Rui Falcão – Não
- Vicentinho – Não
Novo: 0% (0 de 1 voto)
- Adriana Ventura – Não
- Ricardo Salles – Não votou
PCdoB: 0% (0 de 1 voto)
- Orlando Silva – Não
PSDB: 0% (0 de 2 votos)
- Paulo Alexandre Barbosa – Não
- Vitor Lippi – Não
PSOL: 0% (0 de 6 votos)
- Erika Hilton – Não
- Guilherme Boulos – Não
- Ivan Valente – Não
- Luiza Erundina – Não
- Professora Luciene Cavalcante – Não
- Sâmia Bomfim – Não