
A premiada Cia de Achadouros convida o público a mergulhar no universo da oralidade e da memória com o espetáculo “Raízes, Memórias e Outras Histórias”. A apresentação será no próximo sábado, 25 de outubro, às 17h, no Acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP), com entrada franca. O acampamento fica na Estrada do Jequitibá, km 7.
A montagem, que faz parte das comemorações de 10 anos da companhia, tem direção de Fabiano Lodi e integra o Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas. A temporada especial do espetáculo busca alcançar espaços comunitários tradicionais fora do eixo urbano, como quilombos, aldeias indígenas e acampamentos ciganos.
A Celebração da Oralidade
A atriz Mariá Guedes destaca a importância da contação de histórias como um ato ancestral. “Contar histórias é ancestral, é um ato ritualístico! Foi na oralidade que crescemos e aprendemos com nossos antepassados até os dias de hoje. Contando histórias e causos, mantivemos nossos mais antigos entre nós. Por isso, compartilhar um espetáculo de contação com esses espaços se torna uma forma de reviver em comunidade narrativas ancestrais e aprender com as pessoas novas formas de recontar a vida”, afirma.
Com os atores Emiliano Favacho e Felipe Michelini, Mariá Guedes leva ao palco uma contação de histórias encenada e musicada, unindo diversas narrativas e experiências mediadas pela oralidade. O diretor Fabiano Lodi ressalta a riqueza da tradição brasileira de contar, ouvir e inventar histórias.
“A contação de histórias está presente não apenas na nossa vida contemporânea, mas também nas memórias dos nossos pais e avós. Para criar o espetáculo, nos inspiramos nesse conjunto de coisas ligadas às histórias: a afetividade e o tipo de conexão que ela gera entre as pessoas, a riqueza da nossa musicalidade na fala, o senso de humor que nenhum outro povo tem, além dos muitos tipos de narrativas que adoramos que sejam contadas, sempre com aquela dose de exagero e invenção criativa que não podem faltar”, explica.
Ao longo da apresentação, o trio compartilha seis histórias distintas. Inicialmente, são apresentados três causos da vida real, inspirados em vivências e relatos de familiares do elenco. Em seguida, o espetáculo reverencia a sabedoria africana e indígena, com adaptações de obras como “A força da Palmeira” (2014), de Anabella López; “O segredo do Curumim” (1982), da escritora Sônia Robatto; e “Onde está meu pai?”, do livro “O filho do caçador e outras histórias-dilema da África” (2014), de Andi Rubinstein e Madalena Monteiro.
Experiência Imersiva
Fabiano Lodi convida o público a vivenciar a contação de histórias de forma única e acolhedora.
“O público assiste à peça de dentro do cenário e pode escolher como se sente mais à vontade para saborear essa experiência: pode contemplar sentado nas cadeiras, deitado no chão com uma almofadinha gostosa ou esticado sobre um tapete. Tudo isso é preparado com muito carinho para alcançar as memórias mais profundas de nossas vidas”, detalha.
A Cia de Achadouros, que surgiu em 2014, tem como base a linguagem da palhaçaria, das máscaras e da comicidade popular. O grupo já se apresentou para milhares de pessoas em diversas cidades do estado de São Paulo, transitando entre o teatro infantil e adulto.

