
O Conselho Norueguês da Paz anunciou, nesta sexta-feira (24/10), que não realizará a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz 2025 para María Corina Machado, líder da oposição venezuelana. A informação é do Opera Mundi que explica ainda que a decisão foi tomada após um processo de consulta entre as 17 organizações membros do conselho.
Segundo o comunicado, a medida se justifica pelo fato de o conselho não considerar que “a vencedora do Prêmio da Paz deste ano esteja alinhada com os valores do Conselho Norueguês da Paz ou de nossas organizações-membro”. Eline Lorentzen, presidente do conselho, classificou a decisão como “difícil, mas necessária”, ressaltando o respeito pelo Comitê Nobel e pelo Prêmio Nobel da Paz como instituição.
“Temos grande respeito pelo Comitê Nobel e pelo Prêmio Nobel da Paz como instituição, mas, como organização, também devemos ser fiéis aos nossos próprios princípios e ao amplo movimento pela paz que representamos”, afirmou Lorentzen.
O Comitê Norueguês do Nobel havia anunciado a premiação de Corina em 10 de outubro, justificando a escolha pelo “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
“O Conselho Norueguês da Paz continuará seu trabalho pela paz, desarmamento, diálogo e resolução de conflitos por meio de métodos não violentos”, declarou Lorentzen, acrescentando “esperar destacar futuros prêmios da paz que reflitam esses valores”.
A líder oposicionista, por sua vez, agradeceu a indicação, afirmando estar “honrada” em receber o prêmio pelos “esforços que está fazendo na Venezuela” e dedicando o reconhecimento aos “milhões de venezuelanos anônimos que arriscam tudo para alcançar a liberdade e a paz”.
Defensora da intervenção de Washington na Venezuela e crítica do chavismo, María Corina Machado teve o mandato de deputada cassado em 2014 e participou de diversas tentativas de golpe no país, incluindo as de 2002 contra Hugo Chávez e a de 2019 contra Nicolás Maduro, além de ações para deslegitimar as eleições de julho de 2024.

