
A Marinha de Israel interceptou, nesta quarta-feira (1º), a Flotilha Global Sumud, também conhecida como Flotilha da Liberdade, que se dirigia à Faixa de Gaza com ajuda humanitária. A ação ocorreu em águas internacionais, a cerca de 220 quilômetros do enclave palestino, e resultou na detenção dos tripulantes, incluindo 17 cidadãos brasileiros como a vereadora de Campinas, Mariana Conti (PSOL) e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Nas embarcações também estavam ativistas internacionais como a sueca Greta Thunberg.
A flotilha, composta por quase 500 participantes de 46 países, tinha como objetivo principal romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza e entregar suprimentos essenciais à população palestina, que vive sob severas restrições.
Entre os brasileiros a bordo estavam também o ativista Thiago Ávila, Ariadne Catarina Cardoso Teles, Magno De Carvalho Costa, Gabrielle Da Silva Tolotti, Miguel Bastos Viveiros de Castro, Giovanna Martins Vial, Mohamad Sami El Kadri, Hassan Massoud, Paulo Siqueira Costa, João Leonardo Cavalcanti Aguiar Costa, Nicolas Calabrese (cidadão argentino residente no Brasil), Lisiane Proença Severo, Lucas Farias Gusmão e Victor Nascimento Peixoto. Representantes europeus e juristas também integravam a missão pacífica.
Interceptação e Alegações de Sequestro
A interceptação foi precedida por “manobras de intimidação” de navios militares israelenses perto da Grécia e ataques com drones em duas ocasiões anteriores, durante uma escala na Tunísia em setembro. Israel, através de suas forças navais, divulgou um vídeo alertando que as embarcações se aproximavam de uma zona bloqueada.
Segundo os organizadores da flotilha, um dos barcos líderes, o Alma, foi “cercado agressivamente” por um navio israelense. A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e outros ativistas classificaram a ação como um “sequestro”, uma grave violação do direito internacional contra uma missão civil e pacífica.
Repercussão Internacional e Pedidos de Libertação
Após os ataques sofridos pelos navios em setembro, Itália, Espanha, Grécia e Turquia enviaram embarcações de guerra para escoltar a flotilha, e a Turquia também deslocou drones. Itália e Grécia solicitaram conjuntamente a Israel que garantisse a segurança dos ativistas e que a ajuda fosse entregue.
Nas redes sociais dos ativistas, eles cobram posicionamento do governo brasileiro para que intervenha para garantir a libertação.
Esta não é a primeira vez que uma flotilha é interceptada; uma missão anterior, que também contava com a presença de Greta Thunberg a bordo, foi detida em junho, e seus passageiros foram deportados de Israel.