domingo, 7/12/2025
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Vale coxinha: por que trabalhadores da saúde pararam por dois dias no estado de SP

Servidores de 37 unidades aderiram ao movimento e sindicato promete novas paralisações por aumento no vale alimentação e pagamento de Bonificação por resultados
Marcha em frente ao Hospital de Clínicas de SP. Foto: SindSaúde, divulgação
Marcha em frente ao Hospital de Clínicas de SP. Foto: SindSaúde, divulgação

Profissionais da saúde do estado de São Paulo realizaram uma greve de 48 horas no início de outubro, com um alerta claro ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em defesa da valorização da categoria. A paralisação, que atingiu 37 unidades de saúde em todo o estado, foi motivada pelo descumprimento de acordos relacionados ao pagamento da Bonificação por Resultados (BR) e à proposta de reajuste do auxílio-alimentação.

Reivindicações e Impacto da Paralisação

A principal reivindicação dos trabalhadores é o aumento do auxílio-alimentação, ou “vale-coxinha”, atualmente congelado em R$ 12 desde 2018. Eles também cobram o pagamento da Bonificação por Resultados, especialmente após o reajuste salarial que excluiu os profissionais com menores salários. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Públicos do Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), mais de 50 mil profissionais podem ser beneficiados por essas medidas, caso as reivindicações sejam aceitas.

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A paralisação envolveu diversas categorias de profissionais que atuam na administração direta, tanto na Secretaria de Estado da Saúde (SES) quanto na Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), em autarquias e fundações de saúde ligadas ao governo estadual. Entre as unidades onde houve adesão ao movimento grevista estão os hospitais das clínicas de São Paulo, Ribeirão Preto, Botucatu e Marília, além do Iamspe em todo o estado.

Mobilização e Próximos Passos

Durante os dois dias de greve (1º e 2 de outubro), os profissionais se mobilizaram em frente às unidades de saúde com faixas e cartazes, entregando cartas abertas à população e dialogando com os usuários para explicar como o descaso do governo estadual afeta a saúde pública. O presidente do SindSaúde-SP, Gervásio Foganholi, enfatizou que a luta não vai parar até que as demandas da categoria sejam atendidas e que uma nova assembleia será convocada para definir os próximos passos da campanha.

“É inadmissível o estado mais rico do país deixar alguns trabalhadores da saúde sem nenhum reajuste salarial e pagar apenas R$ 12 de vale alimentação para o funcionalismo público por dia útil trabalhado e seguir privatizando todo o sistema público de saúde”, criticou Gervásio.

Trabalhadores(as) da Saúde Estadual aprovam paralisação. Foto: Luiz Carvalho/SindSaúde-SP
Trabalhadores(as) da Saúde Estadual aprovam paralisação. Foto: Luiz Carvalho/SindSaúde-SP

Além da BR e do reajuste do auxílio-alimentação, o governo de São Paulo se comprometeu com outras duas pautas, cujos prazos ainda estão em aberto. Uma delas é a ampliação do valor da Gratificação pelo Desempenho e Apoio à Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Gdamspe), com proposta a ser apresentada no início da segunda quinzena de outubro. A outra é a apresentação de uma proposta para a revisão da tabela do Prêmio de Incentivo até o final deste ano.

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