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Opinião: em defesa do diálogo e da valorização do serviço público em Paulínia

Foto: Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campinas

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Em meio à proposta da Prefeitura de reformular o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), servidores de Paulínia se mobilizam por transparência, diálogo e valorização do serviço público.

Por Fábio Alves

Nos últimos meses, o funcionalismo público de Paulínia tem vivido um momento de grande tensão. A Prefeitura apresentou uma proposta de revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), alterando a estrutura que rege a vida funcional de centenas de servidores municipais.

A forma como o debate vem sendo conduzido é assimétrica e pouco transparente, o que gerou preocupação entre os servidores. Diante desse cenário, o Sindicato dos Servidores Municipais de Paulínia convocou uma paralisação geral para o dia 11 de novembro, buscando abrir espaço para o diálogo e garantir que as mudanças não resultem em perdas de direitos nem em retrocessos na valorização do serviço público municipal.

Como médico, professor da Unicamp e ex-secretário de Saúde de Paulínia, sinto-me na obrigação de me posicionar publicamente: manifesto meu apoio total e irrestrito à mobilização e à paralisação dos servidores públicos de Paulínia.

Estamos diante de uma proposta de plano de cargos que, da forma como foi apresentada, traz riscos reais de perdas — tanto na estabilidade quanto nas lógicas de valorização que sempre defendemos. Um plano de carreiras deve ser um instrumento de reconhecimento e crescimento profissional, não uma ferramenta de controle ou punição. Defendemos uma avaliação não punitiva, capaz de promover ascensão de carreira e salários justos, baseados em critérios transparentes e compartilhados.

No entanto, o que se observa é um processo de consulta pública que não tem garantido igualdade de voz nem clareza nas informações. O diálogo precisa ser verdadeiro, e isso só se constrói quando há paridade e legitimidade entre as partes. É fundamental que a Prefeitura reconheça o sindicato como interlocutor legítimo dos trabalhadores e estabeleça uma mesa permanente de negociação, com representações equilibradas e compromisso real com o entendimento.

Acredito que somente com coragem política e disposição para o diálogo franco será possível avançar. A Prefeitura precisa abrir-se a essa construção coletiva, valorizando quem faz o serviço público acontecer no dia a dia.

Valorizar o servidor é valorizar Paulínia. É investir na qualidade das políticas públicas, na continuidade dos serviços e na confiança da população nas instituições.

Reitero, portanto, meu total apoio à paralisação dos servidores públicos de Paulínia e à reabertura de um espaço de diálogo democrático, participativo e transparente.

A defesa do serviço público é, antes de tudo, uma defesa da cidade, da democracia e do compromisso com o bem comum.

 

 

 

Fábio Alves é Médico, professor da Unicamp e ex-secretário municipal de Saúde de Paulínia.


* O Radar Democrático publica artigos de opinião de autores convidados para estimular o debate.

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