Assembleia virtual do SindSaúde-SP aprova mobilização unificada do funcionalismo em 2026 e denuncia prioridades orçamentárias do governo estadual que penalizam o serviço público de saúde.
Por Radar Democrático
Trabalhadoras e trabalhadores públicos da saúde do estado de São Paulo aprovaram, em assembleia geral virtual realizada no dia 18 de dezembro, a intensificação das mobilizações em 2026 como forma de pressionar o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) a cumprir acordos firmados em mesas de negociação e a respeitar os direitos da categoria. A decisão foi tomada em conjunto com o indicativo de participação em uma mobilização unificada do funcionalismo estadual prevista para fevereiro do próximo ano.
De acordo com informações divulgadas pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), a deliberação reflete o acúmulo de insatisfação da categoria diante do impasse nas negociações com o governo estadual. Representantes da Casa Civil, da Secretaria de Estado da Saúde, da Secretaria de Gestão e Governo Digital e da Coordenadoria de Recursos Humanos (CRH) têm reiterado que não há recursos disponíveis para atender às reivindicações dos trabalhadores.
Segundo o sindicato, essa justificativa não se sustenta. O SindSaúde-SP aponta que o orçamento estadual previsto para 2026 reserva cerca de R$ 85 bilhões em isenções e benefícios fiscais a empresas, montante que supera, isoladamente, os recursos destinados às áreas de saúde e educação. Para a entidade, trata-se de uma escolha política que prioriza interesses empresariais em detrimento do fortalecimento dos serviços públicos.
“O governo afirma que não tem recursos para concurso público, reajuste salarial, pagamento de bônus ou aumento do auxílio-alimentação. Mas esse dinheiro existe. Ele está sendo retirado das áreas sociais e direcionado aos empresários”, afirmou o presidente do SindSaúde-SP, Gervásio Foganholi, durante a assembleia.
Impactos no cotidiano dos serviços públicos
A política adotada pelo governo estadual, segundo a direção sindical, tem efeitos diretos sobre o cotidiano das unidades de saúde: déficit de pessoal, sobrecarga de trabalho, salários defasados, benefícios congelados e avanço de processos de terceirização e privatização. Para os trabalhadores, esse cenário compromete tanto as condições de trabalho quanto a qualidade do atendimento prestado à população.
Ao longo de 2025, a categoria já realizou paralisações e aprovou indicativos de greve em resposta ao descumprimento de acordos firmados anteriormente, incluindo atrasos no pagamento da Bonificação por Resultados e a ausência de proposta concreta para o reajuste do auxílio-alimentação.
Organização e próximos passos
Durante a assembleia, os trabalhadores destacaram a importância da unidade e da organização coletiva como estratégia para enfrentar o que classificam como um processo de desmonte do serviço público de saúde em São Paulo. A direção do SindSaúde-SP informou que 2026 será marcado por um calendário intenso de mobilizações, com encontros regionais, novas assembleias e articulação com outras categorias do funcionalismo estadual.
Apesar do cenário de conflito, houve o registro de um compromisso pontual do governo: a Coordenadoria de Recursos Humanos informou que pretende regularizar, ainda em 2025, pendências relacionadas ao pagamento de diárias de campo da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD). Outros pontos, no entanto, seguem dependendo de confirmação e negociação.
Fonte: Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP).
–
Receba o Radar pelo whatsapp, clicando aqui.
–



