segunda-feira, 17/11/2025
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PEC da Bandidagem: quase 60% dos deputados federais por São Paulo votaram a favor

Bolsonaristas e Centrão votaram em peso a favor, mas três deputados petistas também disseram "sim" à impunidade
Deputados da base bolsonarista votaram em peso pela impunidade. Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

A aprovação da PEC da Bandidagem na Câmara dos Deputados nesta semana contou com o voto favorável de 40 dos 70 deputados federais de São Paulo, o que representa 57% de apoio à medida. O estado, que detém a maior bancada da Câmara, foi decisivo para a aprovação do texto. Ao todo, o país tem 513 deputados federais.

Os partidos da base bolsonarista — PL, Republicanos, PP e parte do União Brasil — concentraram a maior parcela dos votos favoráveis. Mas o apoio também contou com parlamentares de outras legendas, como MDB, PSD, Podemos, PSB e três deputados do PT, que votaram “sim”.

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A PEC da Bandidagem traz dois graves problemas:

1. Perpetuação da impunidade e proteção de corruptos:

  • A PEC foi articulada principalmente pelos partidos bolsonaristas e pela extrema-direita para criar barreiras estruturais à investigação e responsabilização de parlamentares.
  • O objetivo não é apenas impedir punições pontuais, mas consolidar um sistema que favoreça a permanência de políticos corruptos e clientes do poder, enfraquecendo o controle social e institucional.

2. Risco de captura do Estado e enfraquecimento do interesse público:

  • Ao dificultar investigações e processos judiciais, a PEC favorece o desvio de recursos públicos e a má gestão de políticas essenciais, como saúde, educação e segurança.
  • Essa articulação demonstra como interesses privados e corporativos da direita extrema se sobrepõem ao bem-estar da população, em uma tentativa deliberada de reduzir a responsabilização e perpetuar privilégios políticos.

Embora não haja até o momento qualquer pronunciamento público do governador Tarcísio de Freitas à PEC da Blindagem, seu partido, o Republicanos, tem sido um dos principais apoiadores da proposta.

O presidente do Diretório Estadual do PT, deputado Kiko Celeguim foi um dos que votou a favor da PEC. Ele justificou o voto como parte de um acordo político: “é importante frisar que parte dos votos favoráveis do PT à PEC da Blindagem aconteceu como resultado de uma negociação política para barrar a aprovação de uma anistia ampla às pessoas envolvidas em atos golpistas, como os de 8 de janeiro.”

O deputado disse que o voto favorável era um sinal para o Centrão para que a anistia não avançasse. Mesmo assim, a urgência da anistia foi aprovada pela Câmara no dia seguinte. Kiko veio a público reconhecer que errou em seu voto.

A PEC da Bandidagem segue agora para o Senado, onde a esquerda espera que ela seja engavetada e não avance.

Veja como votaram os deputados paulistas:

Cidadania: 100% (2 de 2 votos)

  • Alex Manente – Sim
  • Arnaldo Jardim – Sim

Republicanos: 100% (5 de 5 votos)

  • Celso Russomanno – Sim
  • Ely Santos – Sim
  • Marcos Pereira – Sim
  • Maria Rosas – Sim
  • Vinicius Carvalho – Sim

Podemos: 100% (3 de 3 votos)

  • Bruno Ganem – Sim
  • Renata Abreu – Sim
  • Rodrigo Gambale – Sim

Solidariedade: 100% (1 de 1 voto)

  • Paulinho da Força – Sim

PP: 75% (3 de 4 votos)

  • Delegado Bruno Lima – Não
  • Delegado Da Cunha – Sim
  • Fausto Pinato – Sim
  • Mauricio Neves – Sim

PL: 81% (13 de 16 votos)

  • Adilson Barroso – Sim
  • Antonio Carlos Rodrigues – Sim
  • Capitão Augusto – Não votou
  • Delegado Paulo Bilynskyj – Sim
  • Eduardo Bolsonaro – Não votou
  • Jefferson Campos – Sim
  • Luiz Carlos Motta – Sim
  • Luiz Philippe De Orleans E Bragança – Não votou
  • Marcio Alvino – Sim
  • Mario Frias – Sim
  • Miguel Lombardi – Sim
  • Missionário José Olimpio – Sim
  • Paulo Freire Costa – Sim
  • Pr. Marco Feliciano – Sim
  • Rosana Valle – Sim
  • Tiririca – Sim

MDB: 60% (3 de 5 votos)

  • Baleia Rossi – Não
  • Delegado Palumbo – Não
  • Fábio Teruel – Sim
  • João Cury – Sim
  • Simone Marquetto – Sim

União: 50% (3 de 6 votos)

  • David Soares – Sim
  • Douglas Viegas – Não
  • Felipe Becari – Sim
  • Kim Kataguiri – Não
  • Marangoni – Sim
  • Rosangela Moro – Não

PSB: 50% (1 de 2 votos)

  • Jonas Donizette – Sim
  • Tabata Amaral – Não

PSD: 40% (2 de 5 votos)

  • Carlos Sampaio – Não
  • Cezinha De Madureira – Sim
  • Gilberto Nascimento – Sim
  • Ribamar Silva – Não
  • Saulo Pedroso – Não

PT: 30% (3 de 10 votos)

  • Alencar Santana – Não
  • Alfredinho – Sim
  • Arlindo Chinaglia – Não
  • Carlos Zarattini – Não
  • Jilmar Tatto – Sim
  • Juliana Cardoso – Não
  • Kiko Celeguim – Sim
  • Nilto Tatto – Não
  • Rui Falcão – Não
  • Vicentinho – Não

Novo: 0% (0 de 1 voto)

  • Adriana Ventura – Não
  • Ricardo Salles – Não votou

PCdoB: 0% (0 de 1 voto)

  • Orlando Silva – Não

PSDB: 0% (0 de 2 votos)

  • Paulo Alexandre Barbosa – Não
  • Vitor Lippi – Não

PSOL: 0% (0 de 6 votos)

  • Erika Hilton – Não
  • Guilherme Boulos – Não
  • Ivan Valente – Não
  • Luiza Erundina – Não
  • Professora Luciene Cavalcante – Não
  • Sâmia Bomfim – Não
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