
A inocência de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) e dirigente sindical, foi finalmente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pondo fim a um período de condenação e prisão que se estendeu de 2015 a 2019. A decisão do ministro do STF, dias Toffoli, em agosto deste ano, anulou as acusações que, segundo a defesa e apoiadores, foram resultado de uma “farsa judicial” e de “perseguição política” conduzida pela Operação Lava Jato.
A condenação de Vaccari Neto, que foi ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, é agora vista como um dos exemplos mais claros de como a Operação Lava Jato teria instrumentalizado o sistema de justiça.
De acordo com o material que embasa a decisão, houve tratativas internas entre juízes e procuradores que comprometeram a lisura dos julgamentos, ferindo o devido processo legal e os direitos de defesa do acusado. Este cenário aponta para uma manipulação processual que visava não apenas a condenação, mas também o enfraquecimento de sindicatos, lideranças populares e do próprio Partido dos Trabalhadores.
O caso é mais de um que questiona os métodos da Operação Lava Jato, que já teve diversas de suas ações questionadas e anuladas por instâncias superiores, inclusive o caso do presidente Lula. A defesa de Vaccari sempre sustentou a ausência de provas concretas e a violação de garantias fundamentais.
O deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, do Partido dos Trabalhadores, comentou a decisão, afirmando que a absolvição de Vaccari é um “símbolo de resistência e de esperança”. Marcolino salientou a importância de que a verdade encontre seu caminho, mesmo diante das maiores injustiças, e fez um alerta crucial: “jamais podemos permitir que a instrumentalização do sistema de Justiça sirva novamente como arma de perseguição política”.