
Os servidores estaduais da saúde de São Paulo farão uma greve de 48 horas a partir de quarta-feira, 1º de outubro, em protesto contra o descumprimento de acordos salariais e de benefícios por parte do governo do Estado.
A decisão de cruzar os braços surge após o governo do Estado de São Paulo, sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não honrar compromissos assumidos em julho. Naquela ocasião, um estado de greve foi suspenso sob a promessa de efetivação dos pagamentos. As reivindicações incluem o pagamento da Bonificação por Resultados, que deveria ter sido efetuada em 5 de setembro, e o reajuste do vale-refeição, no valor de R$ 12,00, previsto para 17 de setembro.
Governo não cumpre acordo com trabalhadores da saúde

Em uma reunião realizada em 17 de julho, representantes do SindSaúde-SP dialogaram com secretários estaduais do governo de São Paulo, incluindo Arthur Lima, Secretário da Casa Civil, Fraide Sales, secretário-executivo da Casa Civil, e Eva Lorena, sub-secretária da Secretaria de Gestão e Governo Digital, além de membros da Secretaria Estadual da Saúde.
Na ocasião, foi formalizado um acordo para atender às demandas dos servidores. O presidente do SindSaúde-SP, Gervásio Foganholi, destacou que o sindicato cumpriu sua parte ao suspender a greve, mas os termos acordados não foram efetivados, tornando a nova paralisação inevitável.
No dia 24 de setembro, o Conselho Ampliado de Delegados Sindicais de Base do SindSaúde-SP se reuniu para formalizar a decisão de greve. Antes disso, os servidores realizaram uma passeata do Hospital do Servidor Público Estadual até a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Apoio parlamentar

O Deputado Estadual Luiz Claudio Marcolino, do PT manifestou seu apoio à greve e responsabilizou diretamente o Governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, pelo impasse. “O governo chamou o sindicato que estava em estado de greve. Propôs o prazo de 60 dias para atender as reivindicações e sabemos que há condições de cumprir o acordo que foi feito com o sindicato, em julho. O governador Tarcísio de Freitas poderia ter honrado o seu compromisso”, afirmou Marcolino, criticando a falta de cumprimento.
Durante a manifestação, ecoou o coro “Saúde na rua, Tarcísio a culpa é sua” e os servidores também satirizaram o valor do vale-refeição, chamando-o de “vale-coxinha”.

A crítica se estendeu à percepção de que o Governador Tarcísio de Freitas estaria priorizando outras agendas, como a articulação para a anistia de golpistas em Brasília, em detrimento das demandas dos trabalhadores da saúde.
Além da Bonificação por Resultados e do vale-refeição, a categoria também aguarda o pagamento do prêmio incentivo, previsto para dezembro. O receio é que, sem o cumprimento dos acordos anteriores, este último benefício também seja negligenciado pelo governo estadual.