sexta-feira, 5/12/2025
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Campinas

Moradores da Miguel Melhado Campos farão ato por direitos neste sábado

Manifestação em Campinas busca apoio para famílias impactadas pelas obras na rodovia Miguel Melhado.

Moradores impactados pelas obras de duplicação e alteamento na rodovia Engenheiro Miguel Melhado Campos (SP-324), em Campinas, realizarão um ato em defesa de seus direitos neste sábado (29), às 10h. A manifestação, organizada pelo Movimento de Resistência Miguel Melhado – Campo Belo e pela Proesp – Sociedade Protetora da Diversidade das Espécies, acontecerá no Bar da Dê, localizado na Rua Juarez de Paula Camargo, 51, Jardim Campo Belo I. O objetivo é cobrar dignidade, respeito e reparações por impactos negativos das obras.

O ato tem como foco as famílias afetadas pelas obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) na rodovia SP-324. As principais reivindicações incluem a garantia de moradias, a regularização de lotes comerciais e o fornecimento de materiais de construção. Os manifestantes também buscam reparações por perdas de empregos, remoções forçadas e outros transtornos causados pelas intervenções.

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A duplicação e alteamento da SP-324 teve início em outubro de 2022, com um investimento inicial de cerca de R$ 100,5 milhões. A obra engloba a duplicação de 3,2 quilômetros e o alteamento (elevação em cerca de 5 metros) de 2,5 quilômetros de pistas, entre os quilômetros 87+260 e 90+600.

  • Atrasos e Previsão: Inicialmente, a conclusão estava prevista para até dois anos após o início. Após diversos adiamentos (sendo a última previsão setembro deste ano), a estimativa atual é de que a obra termine apenas em dezembro de 2025.

  • Embargos da CETESB: A obra já foi alvo de três embargos determinados pela CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo: em março/23, abril/23 e março/24. O último embargo, em março de 2024, foi condicionado ao reassentamento da população atingida pela obra.

Segundo levantamento do DER, há 137 famílias cadastradas impactadas. Para atender a essa população, foram firmados dois convênios entre o DER e a CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, notadamente o Convênio nº 351/2024 e o Convênio nº 6908/25.

  • O convênio mais recente, assinado em janeiro deste ano, prevê um aporte de R$ 20,8 milhões, destinado a cerca de 100 famílias através de uma Carta de Crédito Não Onerosa de até R$ 200 mil por família.

  • A Licença de Instalação (LI) em tramitação na Cetesb considera 88 famílias elegíveis no momento. O DER tem realizado “busca ativa” para localizar muitas dessas famílias.

  • Famílias Não-Elegíveis: Existem famílias consideradas não-elegíveis por motivos como inadimplência na compra de imóvel popular (Cohab, Minha Casa, Minha Vida, Casa Paulista, etc.). No entanto, o DER se comprometeu, por meio de cláusula no convênio mais recente, a arcar com o reassentamento desses grupos.

  • Comerciantes: A situação dos comerciantes é grave. O DER-Campinas adotou a prática de realocar atingidos em uma área pública municipal para agilizar a remoção, mas isso gerou novos problemas: número considerável de comerciantes ficou sem lotes, pessoas não atingidas foram alocadas nos lotes, e a distribuição de material de construção para as obras dos comerciantes tem sido falha, com o temor de que os insumos não sejam entregues para a complementação das construções.

Os manifestantes apontam que a comunicação do DER com os atingidos e vulneráveis é muito falha, sendo que a última reunião com a comunidade aconteceu em outubro do ano passado.

Diversas entidades e representantes políticos confirmaram presença no ato deste sábado (29), incluindo:

  • Sociedade Protetora da Diversidade das Espécies

  • Comissão de Direitos Humanos da OAB de Campinas

  • Movimento de Resistência Miguel Melhado – Campo Belo

  • Representantes dos gabinetes da deputada estadual Marina Helou (Rede) e do deputado estadual Antônio Donato (PT).

  • A vereadora Guida Calixto (PT) e o vereador Gustavo Petta (PCdoB).

  • O professor de arquitetura e coordenador do Mobili (Unicamp) Pedro Langella.

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