A bancada do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo quer mudar o Regimento Interno da Casa para permitir a cassação de deputados que cometerem violência doméstica. O projeto mira o deputado estadual bolsonarista Lucas Bove (PL), acusado por sua ex-mulher, a influenciadora Cíntia Chagas. A bancada também protocolou o pedido de cassação de Bove junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia.
A proposta de alteração no regimento interno acrescenta a condenação por violência doméstica (física, psicológica, moral, patrimonial e sexual) como fato gerador da cassação do mandato. Assinam o projeto as deputadas estaduais Ediane Maria, Paula da Bancada Feminista e Monica Seixas do Movimento Pretas e os deputados Carlos Giannazi e Guilherme Cortez, todos do PSOL.
Na justificativa, os parlamentares argumentam que “é fundamental que as figuras públicas, como os deputados, sejam responsabilizadas de maneira exemplar, servindo como um reflexo do compromisso do Estado em erradicar essa violência”.
Pedido de cassação de Lucas Bove
O pedido de cassação do mandato de Bove foi pedido junto ao Conselho de Ética, reunindo documentos que comprovariam as violências praticadas pelo deputado bolsonarista contra sua então companheira, segundo informações do portal Metrópoles. Os documentos trazem prints de conversas entre Cíntia e o deputado, imagens das agressões e cópia do boletim de ocorrência registrado por ela na Polícia Civil em setembro.
O deputado usou suas redes sociais para afirmar que jamais agrediria uma mulher, mas se disse proibido de falar sobre o assunto.
O movimento feminista Coalização Nacional de Mulheres divulgou uma carta aberta em solidariedade a Cíntia.