
Estudantes ocuparam uma escola estadual em Santos em protesto contra a má qualidade do ensino e a estrutura precária. A resposta do governo do estado de São Paulo foi colocar a Polícia Militar dentro da unidade para retirar os estudantes com uso de força e munição química (spray de pimenta).
Organizados pelo grêmio estudantil, cerca de 50 alunos ocuparam a Escola Estadual Antônio Ablas Filho, no bairro Aparecida, no início da manhã desta terça-feira (19). As reivindicações incluíam questões de estrutura, como a instalação de ar-condicionado e a reforma de uma quadra, contratação de mais profissionais e até questões gerais como a revogação do Novo Ensino Médio (NEM).
A presidenta da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), Júlia Monteiro, gravou um vídeo em que protesta enquanto a PM estava dentro da escola e fechou os portões com os alunos ocupantes dentro da unidade. Assim, lideranças estudantis não conseguiam acompanhar o protesto e a operação policial na escola. Ela ainda alertou que “vamos fazer uma onda de ocupações enquanto o nosso governador atentar com a educação no estado de São Paulo”.
A Secretaria de Segurança Pública informou por meio de nota que a entrada da PM foi solicitada pela direção da escola por volta das 9h30. Em vídeo publicado em redes sociais, é possível ver o uso de spray de pimenta no momento em que um policial passa em meio a um grupo de estudantes. Os jovens relataram também terem sido agredidos verbalmente pelos PMs.
De acordo com a Secretaria de Educação, por volta do meio dia a escola foi desocupada após um acordo entre a direção da escola e os estudantes. Os alunos já haviam encaminhado à Secretaria um abaixo-assinado com reivindicações e não obtiveram resposta. A pasta respondeu, por meio de nota, que as solicitações serão analisadas e respondidas.
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) publicou em suas redes sociais que os estudantes foram “covardemente reprimidos pela Polícia Militar ao realizar ocupação pacífica da escola em um movimento de resistência contra a PEC 9 e pela reforma imediata das suas instalações que se encontram sucateadas e degradadas”.
Outra voz que protestou nas redes foi a da Professora Bebel (PT), deputada estadual e segunda presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo): “Os estudantes estão sem professores de Geografia, Inglês e Física desde o início do semestre. Em vez de resolver os problemas da Educação e cumprir suas promessas de campanha, de melhorar o ensino e valorizar os professores, Tarcísio e Feder mandam a polícia reprimir os movimentos, corta verbas e privatiza as escolas”.
Com informações do G1 e do Metrópoles