
O que tem a ver PCC, Faria Lima, Ultrafarma, ruralistas, renúncia fiscal e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)? Para o deputado estadual Guilherme Cortes, líder do PSOL na Assembleia Legislativa (Alesp), muita coisa. Ele foi entrevistado pelo Radar Democrático nesta semana e acredita que há muita relação entre os fatos descobertos pela Polícia Federal e Ministério Público.
Segundo Cortez, investigações revelaram relações diretas entre o crime organizado no Estado de São Paulo e a Faria Lima, com indícios de lavagem de dinheiro em conjunto com o PCC. Um dos exemplos citados é o caso de Maribel Golin, sexta maior doadora individual da campanha de Tarcísio, que doou 500 mil reais e estaria envolvida no esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa.
Veja a entrevista de Guilherme Cortez, deputado estadual e líder do PSOL na íntegra:
A entrevista destaca a renúncia fiscal bilionária do governo Tarcísio, com um prejuízo estimado em 85 bilhões de reais para o estado de São Paulo em 2024, valor superior ao investimento conjunto em saúde e educação. Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, teria pago um bilhão de reais em propina a um auditor da Secretaria da Fazenda para reduzir ainda mais sua carga tributária.
“Ele pagou um bilhão de reais de propina para um auditor da Secretaria da Fazenda para cobrar ainda menos do que ele deve.”, afirmou um dos entrevistadores.
O deputado ressaltou que um escândalo dessa magnitude não poderia ser operado sem a participação de altos funcionários do governo. “Um escândalo desse tamanho não é uma coisa que pode ser operada só por uma pessoa da ponta, da base do serviço público.”, declarou Cortez. Para ele, no mínimo os secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita, deveria ser demitido por ter permitido a corrupção em sua pasta.
Outro ponto abordado foi o PL da Grilagem, aprovado na Assembleia Legislativa, que concede descontos de até 90% para fazendeiros que se apropriaram de terras públicas. O deputado explicou que terras públicas estão sendo vendidas a preços irrisórios para grileiros, com exemplos de uma fazenda vendida por 56 mil reais. “Isso aí é o maior escândalo de corrupção, não chamam de corrupção, mas é corrupção você transferir a preço vil patrimônio público para a mão da iniciativa privada, de amigos do governo.”, afirmou Cortez.
A entrevista também critica as privatizações, como a da linha 7 do trem (linha Rubi), que interrompeu o serviço 710, prejudicando centenas de milhares de pessoas. O deputado afirma que para Tarcísio, o serviço público é visto como uma oportunidade para o lucro privado, em detrimento do bem público.