Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas - Foto: Alan Santos / PR
Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas – Foto: Alan Santos / PR

O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) resolveu quebrar o silêncio e saiu em defesa do indefensável ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.

Numa declaração em rede social, Tarcísio jogou para a plateia bolsonarista em busca de seus votos e virou motivo de críticas nas redes sociais. A máscara de moderado caiu diante da passada de pano para a tentativa de golpe e do plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

Tarcísio escreveu: Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos.”

Ontem às 18h58 publicamos um artigo ontem sobre o silêncio de Tarcísio e sua política de morte. Somente uma hora e meia depois da publicação, às 20h26, o governador se pronunciou. Sua publicação vai em busca do eleitorado de Bolsonaro: quer agradá-lo para tornar-se seu herdeiro caso dispute a eleição presidencial. Acontece que o ex-presidente indiciado não confia em ninguém e tem outros planos. Segundo o jornalista Tales Faria, do Uol: Bolsonaro pretende lançar um de seus filhos candidato à presidência caso continue inelegível.

A declaração de Tarcísio foi contestada pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann: “Corrigindo o governador Tarcísio: 1) O relatório da PF indiciando Bolsonaro e sua quadrilha tem mais de 700 páginas de provas robustas, não é “narrativa”. 2) O inelegível nunca se conformou com o resultado das eleições e por isso mesmo autorizou um golpe que previa até assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. 3) A posse de Lula não aconteceu na normalidade: Bolsonaro se recusou a passar a faixa e uma semana depois sua horda depredou o Planalto, o Congresso e o STF. 4) A investigação não está mais em andamento, já foi concluída e estarreceu o país. No governo do inelegível, vocês foram negacionistas da vacina; em São Paulo você quer esconder a violência policial, e agora insiste em ser negacionista de golpe de estado e trama de assassinato. Acorda, governador!”

Quem também criticou o governador foi o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em entrevista ao jornalista Murilo Fagundes do SBTNews: “Nunca vi ninguém rebolar tanto para passar pano”.

O jornalista Ricardo Noblat, acima de qualquer suspeita de ser de esquerda, também criticou o governador pelo discurso falacioso e ainda questionou quem duvida que Tarcísio estaria envolvido na trama golpista caso participasse do governo Bolsonaro.

 

1 COMENTÁRIO

  1. O tal de Tarcísio, o “bolsonarista moderado”? Abraçou o golpismo ao chamar de “narrativa” a investigação da PF e dizer que a posse aconteceu em plena normalidade. Esqueceu dos acampamentos nos QGs e das ameaças e a fuga de Bolsonaro. Quem duvida que, se estivesse no governo federal, também seria indiciado pela tentativa de golpe?

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