
Estudos que salvam vidas
Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram um método inovador que aprimora significativamente a performance de modelos de previsão do câncer de mama, reduzindo em 99,41% os diagnósticos falsos negativos nas bases de dados utilizadas.
O estudo, divulgado pelo Jornal da USP, foi conduzido por João Pinheiro, mestrando em Inteligência Artificial na EESC, sob a orientação do professor Marcelo Becker, do Departamento de Engenharia Mecânica da mesma instituição.
Utilizando algoritmos de aprendizado de máquina baseados em árvores de decisão, os pesquisadores aplicaram a técnica de boosting, que combina modelos simples com outros mais complexos para otimizar o processo de diagnóstico. Essa abordagem permite que o sistema aprenda com os erros de modelos anteriores, aprimorando continuamente sua precisão.
A escolha do câncer de mama como foco da pesquisa se deu pela disponibilidade de dados de alta qualidade e pela relevância clínica da doença, que é a mais comum entre mulheres no Brasil. O método desenvolvido representa um avanço significativo na detecção precoce do câncer de mama, potencialmente salvando vidas ao permitir tratamentos mais eficazes.
De um lado, pesquisadores, de outro lado, o governo Tarcísio de Freitas
Pesquisadores, como destacado acima, vêm dedicando seus trabalhos e esforços para produzir conhecimento voltado à melhoria da vida das pessoas.
No entanto, o governador Tarcísio de Freitas, que deveria estar implementado medidas que pudessem contribuir com esses esforços e trabalhos dos pesquisadores, vem promovendo diversas ações que impactam negativamente a pesquisa científica e o ensino superior público em São Paulo.
Abaixo, um resumo das principais medidas:
1. Venda de Propriedades dos Institutos Públicos de Pesquisa Paulistas
O governo está conduzindo avaliações para a possível venda de imóveis pertencentes a 25 unidades de pesquisa agropecuária do estado. Essas propriedades estão localizadas em diversos municípios, incluindo Campinas, São Roque, Piracicaba, Jundiaí, Jaú, São José do Rio Preto e Cananéia.
2. PLC 9/2025: Desestruturação da Carreira de Pesquisador Científico
Em abril de 2025, o governo protocolou na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 9/2025, visando reestruturar a carreira de pesquisador científico. As mudanças propostas incluem: extinção do Regime de Tempo Integral (RTI), que garantia dedicação exclusiva aos pesquisadores; substituição da Comissão Permanente de Regime de Tempo Integral (CPRTI) por uma nova Comissão Permanente de Avaliação, com composição definida por decreto, gerando preocupações sobre a representatividade dos pesquisadores; alteração na estrutura salarial, substituindo o modelo atual por um subsídio em parcela única, eliminando adicionais como quinquênios e sexta-parte.
3. Cortes no Orçamento de Pesquisa da FAPESP
O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025, enviado à Alesp, inclui um dispositivo que permite a redução de até 30% do orçamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Essa medida poderia resultar em um corte estimado de R$ 600 milhões nos recursos da fundação.
4. Projetos de Lei para Diminuição de Recursos das Universidades Públicas Paulistas
A proposta inicial da LDO-2025 previa a inclusão da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e das Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e São José do Rio Preto (Famerp) na divisão dos 9,57% da arrecadação do ICMS destinados às universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp). Essa medida implicaria em uma redução significativa dos recursos para as universidades. Após críticas de reitores e da comunidade acadêmica, o governo recuou e enviou uma mensagem modificativa à Alesp, mantendo a redação anterior da LDO.
Além disso, em novembro de 2024, a Alesp aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 9/2023, de autoria do Executivo Estadual, que reduziu de 30% para 25% o percentual mínimo da receita de impostos a ser investido em educação. A medida representa uma perda estimada de R$ 11,3 bilhões para a educação pública paulista em 2025, afetando todos os níveis de ensino, incluindo as universidades estaduais .
Essas ações do governo Tarcísio de Freitas têm gerado preocupações entre pesquisadores, docentes e estudantes, que temem impactos negativos na qualidade e continuidade da pesquisa científica e do ensino superior público em São Paulo. Nesse sentido, as ações do governo Tarcísio se opõem aos esfoços dos pesquisadores em melhorar a vida das pessoas.