sábado, 21/06/2025
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Privataria

Presidente do Tribunal de Justiça libera Tarcísio para continuar privatização das escolas de SP

Desembargador argumentou que suspensão poderia atrasar o cronograma de obras; Apeoesp defende princípio da Constituição de que a gestão escolar deve ser democrática
Deputada estadual Professora Bebel e e estudantes em frente à Bovespa - Foto: Divulgação/Assessoria Professora Bebel
Deputada estadual Professora Bebel e e estudantes em frente à Bovespa – Foto: Divulgação/Assessoria Professora Bebel

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Fernando Antônio Torres Garcia, anulou a liminar conseguida pela Apeoesp e liberou a privatização de construção, manutenção e gestão de escolas estaduais em São Paulo. Em resposta, a Apeoesp está convocando um ato para segunda-feira, às 13h em frente à Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), no Centro da capital paulista.

A decisão do desembargador anula uma liminar proferida na terça-feira (29) pelo juiz juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da 3a Vara da Fazenda Pública da capital. Com a decisão do presidente do TJ-SP, o leilão do lote Oeste (17 escolas), realizado nesta semana volta a valer. E o leilão previsto para segunda-feira (4), que também havia sido suspenso, poderá ser realizado normalmente.

A segunda presidenta da Apeoesp e deputada estadual Professora Bebel (PT), afirma que agora o combate à privatização será feito nas ruas. Por isso, a manifestação será realizada em frente à Bovespa, no mesmo momento em que o governador realizará o segundo lote de privatização da gestão escolar.

O presidente do TJ-SP argumentou, em seu despacho, que “a suspensão dos leilões afeta o cronograma de implementação de obras e serviços essenciais para as escolas estaduais, com o consequente comprometimento da execução de melhorias e manutenções dentro do prazo projetado e, pois, com a possibilidade concreta de grave prejuízo para a qualidade e a segurança do ambiente escolar e do andamento das atividades de ensino”.

No entanto, a Apeoesp entende que a privatização contraria o princípio constitucional de que a gestão escolar deve ser democrática e que não é possível “fatiar” a educação entre gestão burocrática e gestão pedagógica. A deputada argumenta que “escolas públicas são públicas por inteiro. São voltadas para seres humanos, não são espaços comerciais. Sua gestão tem que ser democrática, como determinam a Constituição e a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), coordenada pelo Conselho de Escola”.

Entenda a privatização das escolas

O governo Tarcísio está realizando leilões para criar parcerias público-privadas (PPPs) por 25 anos para construir, manter, operar e gerir 33 novas escolas no estado de São Paulo.

O primeiro lote de 17 escolas foi leiloado na terça-feira (29) e o consórcio “Novas Escolas Oeste SP” foi o vencedor com um lance de R$ 11,98 milhões mensais a serem pagos pelo estado pelos serviços. A empresa líder deste consórcio é a Engeform Engenharia, que faz a gestão de sete cemitérios paulistanos por meio de outro consórcio, o Consolare. No lote Oeste estão previstas escolas em Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga.

O segundo lote, que irá a leilão na segunda (4) compreende a privatização de 16 unidades escolares em Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.

Com informações da Agência SP.

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